Num poema/simbiose, o titulo é “fragmentado” de forma a que só algumas letras/sílabas são aproveitadas para criar a primeira palavra de cada verso do poema.
As letras/sílabas do título não utilizadas, ficam arrumadas à esquerda do poema e não participam na leitura.
Neste vídeo podes apreciar como as letras do verso “Sentir? Sinta quem lê!” (do poema “Isto” de Fernando Pessoa), se movimentam para formar os versos do poema/simbiose.
Quando se usam todas as letras de uma palavra de uma forma sequencial e no sentido vertical, deixa de ser uma ‘simbiose’ e passa a ser um acróstico. Aqui tens um exemplo com a palavra ‘simbiose’:
Sobre a lisura branca do papel,
impressa por mão estranha, vão ficando
mutações transgressoras da Palavra.
Bocados soltos de memória ancestral,
incompletos, onde sempre se baseia
o trabalho possível de todo o criador: –
Sonhar constantemente a criação
e reconhecer que, afinal, não é sua.
Se não atinares com este formato, proponho-te o formato ESOIBMIS que é SIMBIOSES escrito contrário!
Com esta alternativa (um tanto ou quanto alucinada), poderás transfigurar os teus poemas. Explicando: em vez de partires de um mote/título, partes dum poema já escrito! Depois, escolhes as primeiras duas ou três letras da primeira palavra de cada verso e compões algo que, quando lido, soa ao idioma da civilização de Arcturos.
Aqui tens o que escrevi outro dia, no formato ESOIBMIS, quando algumas pessoas começaram a dizer que eu estava a dar sinais de demência:
Ami j rim n poi qu agr com me
A minha escrita não sofre do vírus da loucura.
Junto dos Saudáveis, como ser alucinado?
Rimando, afirmo que não preciso de cura,
nem sequer de ser reformatado,
pois nunca me perdi na Mata Escura
que cresce, no mundo, por todo o lado.
Agradeço-Lhes por, estando ao meu lado.
com a sua vibração rica e pura,
me fazerem sentir dia-a-dia revisitado.
Pronto.
Agora, entretém-te e diverte-te!
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Vitorino de Sousa